A história de Ayrton Senna – Ayrton Senna foi um dos maiores brasileiros de todos os tempos. Sua história foi contada em prosa e verso ao longo das últimas décadas, e mesmo aqueles que não são fãs do automobilismo conhecem essa figura ímpar, grande vencedor nas pistas e na vida. Também nós queremos prestar nossa homenagem a esse grande ídolo nacional, cuja personalidade ao mesmo tempo polêmica e cativante foi motivo de orgulho e alegria de tantos brasileiros.
Ayrton Senna foi um dos maiores brasileiros de todos os tempos. Sua história foi contada em prosa e verso ao longo das últimas décadas, e mesmo aqueles que não são fãs do automobilismo conhecem essa figura ímpar, grande vencedor nas pistas e na vida.
Também nós queremos prestar nossa homenagem a esse grande ídolo nacional, cuja personalidade ao mesmo tempo polêmica e cativante foi motivo de orgulho e alegria de tantos brasileiros.
História de Ayrton Senna: Infância e família
Ayrton Senna nasceu em São Paulo, no dia 21 de março de 1960, filho do empresário Milton Guirado Theodoro Da Silva e de Dna. Neyde Joanna Senna Da Silva. Além de Ayrton, o casal teve outra filha, Viviane Senna. De condições abastadas, os pais puderam proporcionar uma infância confortável e cheia de oportunidades para os filhos.
No caso de Ayrton Senna, as oportunidades sempre estiveram em torno da velocidade. Entre os 3 ou 4 anos de idade, Senna ganhou do pai um carrinho com um motor de cortar grama, que se tornou seu primeiro contato com o volante.
Os familiares ficaram impressionados com a desenvoltura com que o menino conduzia seu pequeno veículo. Desde então, seu pai incentivou o gosto pela velocidade, pelas pistas e pelas conquistas.
Aos nove anos, já conduzia jipes pelas estradas dentro das propriedades rurais do pai. Na televisão, gostava de assistir o anime Speed Racer, um desenho japonês, cujo personagem principal era um piloto de corridas.
Ayrton Senna no carrinho com um motor de cortar grama
História de Ayrton Senna no Kart
Aos 13 anos, Ayrton começou a competir oficialmente no Kart. O talento do jovem piloto apareceu logo de cara, em sua primeira corrida oficial na categoria já obteve a vitória. O fato aconteceu em julho de 1973, no Kartódromo de Interlagos.
O primeiro título veio no ano seguinte. Senna foi o campeão paulista de Kart em 1974, e o fato se repetiu em 1976. Dois anos mais tarde, em 1978, Ayrton foi campeão de Kart a nível nacional, e nos dois anos consecutivos também conquistou o título, sendo tricampeão na categoria.
Além dos campeonatos nacionais de Kart, Senna ainda disputou e levou o título no campeonato sul-americano em 1977 e 1980. Ainda participou de competições na Europa e na Ásia entre 1978 e 1982, mas não levou nenhum título.
Embora não tenha conquistado nenhum título, essa foi uma das épocas mais importantes de sua carreira de piloto, já que foi nesse período que conheceu aquele que chamava de seu maior rival, o inglês Terry Fullerton.
Fullerton também era piloto de Kart, e nos dizeres de Senna “era um piloto completo”. Certa vez, quando perguntado sobre isso, respondeu: “Tenho boas lembranças disso. Era competição pura, automobilismo puro. Sem política nem dinheiro envolvido”.
Ayrton Senna no Kart
Campeonato de Fórmula Ford
Mas para Senna o Kart era apenas o ponto de partida para algo muito maior. O seu próximo passo na carreira como piloto foi entrar na Fórmula Ford, disputada na Europa. Após largar o curso de Administração, Senna embarcou para uma das maiores aventuras de sua vida, mesmo sem o apoio completo da família, a qual queria que ele cuidasse dos negócios.
Mas sua paixão pelo automobilismo falou mais alto, e Senna decidiu ir para a Inglaterra, o que no entender de muitos estudiosos de sua carreira foi uma decisão crucial. Caso não tivesse partido, talvez não fosse o grande piloto que mais tarde se revelaria.
Isso aconteceu no início da década de 1980, e no primeiro ano Ayrton apenas testou carros de fórmula no circuito de Snetterton, em Norwich. Mesmo assim, ainda encontrava tempo para se divertir no Kart.
O ingresso oficial para a Fórmula Ford aconteceu em 1981, pela Van Diemen Racing. Senna foi campeão em seu primeiro ano na categoria. O jovem piloto venceu 12 das 20 corridas do ano. Mas apesar do incrível sucesso, Senna não conseguiu patrocínio para a temporada seguinte.
Ayrton Senna pensou em desistir de sua carreira no automobilismo, e chegou a voltar para o Brasil para administrar uma loja de material de construção da família, no Parque Novo Mundo, em São Paulo. Porém, mais uma vez a paixão falou mais alto.
Em fevereiro de 1982 Senna volta para a Europa e participa da Fórmula Ford 2000 pela equipe de Dennis Rushen. Neste ano seu desempenho foi ainda melhor, tendo vencido 22 das 27 corridas. Um dos grandes destaques dessa temporada foi a histórica vitória no Circuito de Snetterton (Inglaterra), quando Ayrton correu a prova inteira com problemas nos freios dianteiros.
Ayrton Senna na Fórmula Ford
História de Ayrton Senna: Passagem pela Fórmula 3
Senna não se apegava ao sucesso, e a Fórmula Ford nunca foi seu objetivo principal. Por isso, ainda em 1982, no dia 13 de novembro, o piloto brasileiro fez sua estreia na Fórmula 3. Não apenas venceu, como fez a pole position e a volta mais rápida, com um Ralt Toyota RT3.
Em 1983, como já era de se esperar, Ayrton levou o título inglês de Fórmula 3, pela equipe de Dick Bennetts, obtendo 13 vitórias em 21 corridas, sendo que 9 delas foram consecutivas. Mas a Fórmula 3 era apenas um trampolim para Senna.
História de Ayrton Senna: Primeiros anos na Fórmula 1
Por fim, Ayrton Senna chegou à Fórmula 1 em 1984, alcançando assim o seu grande objetivo na carreira, ser piloto dessa categoria. Na ocasião, as equipes Williams, McLaren, Brabham e Toleman manifestaram interesse em Senna. Mas no fim, sua primeira equipe foi a Toleman.
Na Fórmula 1, entretanto, sua ascensão foi mais lenta, mas sempre muito constante. Em sua segunda corrida Senna já conseguiu marcar pontos, no circuito de Kyalami, na África do Sul. O fato se repetiu na corrida seguinte, no circuito de Zolder, Bélgica.
Mas seu primeiro grande destaque aconteceu em Mônaco, quando depois de largar na 13ª posição, foi ultrapassando todos os pilotos à sua frente, tendo passado por Niki Lauda que estava na segunda posição. Senna chegou a ultrapassar Alain Prost, que era o primeiro colocado, mas a prova foi encerrada “por razões de segurança” e o regulamento mandava considerar as posições da volta anterior.
Ayrton Senna na LotusDe 1985 a 1987 o piloto brasileiro mudaria de equipe e pilotaria uma Lotus, também alcançaria diversas conquistas, como sua primeira vitória em 1985 no GP de Portugal, no Autódromo do Estoril, em 21 de abril deste ano.
Em 1986, como tinha um carro inferior, passou a adotar a estratégia de não parar para troca de pneus, o que lhe rendeu a dianteira por um período no campeonato. Contudo, Senna abandonou a corrida diversas vezes por problemas mecânicos e perdeu a liderança.
No ano seguinte, 1987, a Lotus ganhou um novo patrocinador, a Camel, e com ela os motores Honda das Williams, as expectativas aumentaram para Senna. Foi nesse ano que Senna ganhou o GP de Mônaco pela primeira vez. Mas as Williams de Piquet e Mansell eram muito mais fortes e não foi possível se manter na liderança por muito tempo.
Ayrton Senna na Lotus sob patrocínio da Camel
Anos de brilho e vitória
Apenas em 1988, Senna conquistaria um lugar numa equipe realmente competitiva, a McLaren-Honda. Seu companheiro de equipe era Alain Prost, que depois se tornou seu rival dentro e fora das pistas. Pela primeira vez, Senna seria campeão da Fórmula 1.
Mas o campeonato não seria ganho sem emoção, o que aconteceu na corrida do Japão, que decidiria o campeonato. Depois de ter feito a pole position, o piloto brasileiro teve problemas na largada e caiu para última posição, que era a 17ª. Logo nas primeiras voltas conseguiu recuperar muitas posições, e na volta 28 recuperou a primeira posição, que manteve até o fim da corrida, conquistando o campeonato.
O campeonato de 1989 deu margem a diversas polêmicas, mas a direção da Fórmula 1 acabou decidindo que Alain Prost era o campeão e que Senna deveria ser desclassificado. O fato do diretor ser francês provavelmente não influenciou essa decisão…
Depois do GP do Japão em 1989 a rivalidade entre Senna e Prost só se intensificaria. Nos dois anos seguintes os dois brigaram bravamente, mas em ambos Senna levou a melhor e passou a ser tricampeão mundial de Fórmula 1. Seriam seus últimos títulos.
Ayrton Senna na McLaren
História de Ayrton Senna: Últimos anos
A partir de 1992, devido a diversas mudanças na tecnologia dos carros, a McLaren deixou de ser uma equipe competitiva. Senna até pensou em ir para a Fórmula Indy nesse ano, chegou inclusive a fazer testes pela equipe Penske no Arizona, no autódromo Firebird International Racewaymas, mas acabou descartando a ideia.
O ano de 1993 estava incerto, e Senna ainda não tinha decidido o que fazer e não tinha feito contrato com nenhuma equipe. A McLaren estava ainda mais “desatualizada” e a Honda decidiu que não participaria mais da Fórmula 1. Portanto, o único trunfo da equipe tinha sido perdido.
A McLaren ainda tentou conseguir os motores Renault V10, mas não foram atendidos. Tiveram que se contentar com o Ford V8 comum a qualquer cliente. Nessa fase, as McLarens eram inferiores não apenas às Williams, mas também às Benettons, que recebiam os motores de primeira linha da Ford.
Apesar de tudo isso, um dos feitos mais memoráveis de Senna aconteceu justamente no ano de 1993. Senna venceria o GP da Europa, em Donington Park, de forma brilhante. Tendo largado em quarto lugar e perdido uma posição na primeira curva – justamente para a Benetton de Michael Schumacher – o brasileiro se recuperou e fez a “volta perfeita” como ficou conhecido depois esse fato.
A corrida acontecia sob uma chuva torrencial. Depois de recuperar sua posição, Senna ainda ganhou a terceira posição e ultrapassou as duas Williams, tirando de Prost a primeira posição. Tudo isso antes de completar a primeira volta. Foi a primeira volta mais fantástica que a Fórmula 1 já viu até hoje.
A vitória nesse dia foi tão completa que Senna chegou a dar uma volta sobre todos os carros que estavam na pista. Apenas o segundo colocado – depois de uma parada de Senna no box – conseguiu concluir a prova na mesma volta que o brasileiro.
Por fim, em 1994 Senna assinou com a Williams-Renault. Mas as mudanças impostas pela FIA nesse ano obrigaram as equipes a banir os sistemas eletrônicos, assim a suspensão ativa, o controle de tração e os freios ABS foram eliminados.
O problema é que esse carro tinha sido projetado dessa forma. Com as exclusões, ficou muito difícil de controlar o carro. Todo o início da temporada foi ruim para Senna, que não conseguia encontrar uma forma de domar a FW16 que tinha nas mãos.
Ayrton Senna na Williams
História de Ayrton Senna : A morte de um dos maiores pilotos de todos os tempos
A fatalidade do acidente que provocaria sua morte se deu nesse ano de 1994 com o carro da Williams. No GP de San Marino, em Ímola, no dia 01 de maio, Senna faria a última volta da sua vida. Ao entrar na curva Tamburello (a mesma na qual Nelson Piquet bateu com a Williams em 1987 e também onde Berger bateu com a Ferrari em 1989) Senna perdeu o controle do carro devido a uma barra de direção quebrada.
Senna vinha a uma velocidade de mais de 300 km/h, e quando percebeu o descontrole do carro ainda conseguiu diminuir para aproximadamente 200 km/h, mas isso não foi suficiente para evitar sua morte. Foi levado para o hospital ainda com vida, mas não resistiu à hemorragia no crânio.
No Brasil, sua morte gerou tanta comoção que foram declarados 3 dias de luto oficial pelo Governo. O velório do piloto brasileiro ocorreu no dia 5 de maio de 1994, em São Paulo, e durou 22 horas. Mais de 240 mil pessoas estiveram presentes e foi transmitido ao vivo na televisão.
Os pilotos Emerson Fittipaldi, Gerhard Berger, Alain Prost, Rubens Barrichello, Christian Fittipaldi, Thierry Boutsen, Jackie Stewart, Raul Boesel, Roberto Moreno, Michele Alboreto, Johnny Herbert, Pedro Lamy, Wilson Fittipaldi e Damon Hill carregaram o caixão de Ayrton Senna.
Foi a despedida de um dos maiores pilotos de todos os tempos encerrando a História de Ayrton Senna e deixando um legado gigantesco, uma enorme saudade e se tornando um ícone respeitável em todo o planeta.
Obrigado “chefe”, pelos melhores domingos chuvosos que já tivemos!